MAIS E MELHOR –

O consumismo é a marca registrada da sociedade atual.  Quanto mais “coisas” conseguirmos acumular, melhores pessoas seremos. Quanto mais juntarmos “troços”, menos precisaremos de amigos ou de caráter. Menos da nossa personalidade é requisitado de acordo com o que pudermos mostrar. Mais sapatos? Mais carros? Vamos falar sobre isso e esquecer as pequenas desonestidades do cotidiano.

Bizarros seres somos nós. Há vinte, quarenta anos, existiam menos tecnologia e avanços científicos, mas tudo o que foi produzido naquela época era muito melhor do que as coisas que produzimos hoje, em termos de qualidade, de durabilidade. Eu não entendo. Ficam menores e piores. A produção em larga escala e a democratização dos preços só serviram para banalizar o trabalho. Quanto mais produtos, menos qualidade.

Vivemos no mundo das fraldas, televisões e carros descartáveis. Tudo é descartável, do material ao abstrato. Estamos criando filhos para um mundo de famílias e amigos descartáveis, de vidas e pessoas descartáveis. Se não acordarmos e trabalharmos duro para reverter esse retrato horroroso de realidade, se não investirmos mais em pessoas e menos em coisas, viveremos ilhados, possuídos e não possuidores dos bens adquiridos. Tudo tem um preço, mas não tem um valor. Tudo se vende, desde o voto, às intenções e os desejos. Atos que deveriam ser comuns, obrigações, como os de honestidade, são tidos como “bravura” ou, pior, “loucura”.

Esse mundo estranho busca alimentar sentimentos ambíguos e desejos supérfluos. Esse mesmíssimo mundo exalta poderes que não têm valor real, como dinheiro e posição social, e subestima os valores básicos, como caráter e autenticidade, a verdadeira identidade de cada um.

Está na hora de abandonarmos a produção “em massa” e voltarmos à manufatura. Vamos personalizar sentimentos e relações. Vamos “singularizar” cada ato e cada gesto. Desde votos de boas festas a felicitações de aniversários. Vamos criar laços com pessoas reais e não com o “amigo Face (book)” .

Viver, amar e existir são verbos mais intensos e mais felizes que gastar, comprar e fabricar. Divida seu tempo, multiplique suas boas ações, some amigos e diminua o consumismo. Sua história vai mudar e tenho certeza que você vai mudar a história de alguém junto. Não perca a chance, não desperdice nenhuma oportunidade. Tudo pode ser melhor, e o instrumento dessa melhoria é você. Vamos lá! Vamos fazer mais e melhor!

 

Ana Luiza Rabelo – Advogada ([email protected])

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