MACRON: O LIBERAL DA ESQUERDA –
Emmanuel Macron, o jovem presidente francês, ganhou as eleições legislativas na França. Agora terá maioria ampla para governar. A ascensão de Macron não significa que o novo ganhou; que o povo optou pelo novo.
Essa expressão novo na política tem sido muito repetida no Brasil, sobretudo após a vitória de Doria em São Paulo. Aliás, esclareça-se de saída, que Doria não é novo. Sempre foi um político, dedicado a atividades de marketing. Fazia reuniões periódicas com nomes nacionais na ilha de Comandatuba, na Bahia. O seu pai e avô foram políticos militantes. Ele sempre almejou ingressar na vida pública.
A sua vitória deve ser creditada ao “sistema de governo fortíssimo” de Alkimin em SP, que o apoiou, sem o que não teria “chegado lá”. Claro, que essas circunstâncias não invalidam a competência pessoal de João Doria.
Aliás, o seu governo em SP, inicialmente histriônico, vem melhorando dia a dia, com atitudes de gestor público e não de animador de TV, como foi no início.
Sobre Macron, outro aspecto a notar é a sua formação intelectual. Não é um aventureiro, buscando um mandato.
No seu curriculum estão graduações do tipo Mestrado em filosofia (Universidade Paris X-Nanterre); Diplomado pelo Instituto de Estudos Políticos (IEP) de Paris e aluno da Escola Nacional de Administração (ENA) – Léopold Sédar Senghor, 2002-2004. Um homem preparado para ser estadista, que é a exigência feita também no Brasil, para superar o momento de crise.
Do ponto de vista das ideias, Macron é um liberal de esquerda. Ele acredita no livre mercado, nas liberdades públicas, no estado não intervencionista. Por outro lado, prega que o Estado precisa existir.
Não é possível esvaziá-lo. E quanto mais forte for o estado, mais ele poderá exercer ações reguladores, que equilibrem as relações econômicas, sociais e políticas.
Bastaria lembrar, por exemplo, os Estados Unidos como o país que dispõe de um dos Estados mais fortes do mundo.
Nem por isso, acorrenta a economia, ou intervém  no empreendedorismo privado. Por essas posições, Macron é chamado, um liberal de esquerda. Ou seja, alguém que reconhece as virtudes das ideias e doutrinas políticas, salvo aquelas que conspirem contra as liberdades coletivas.
A lição que a França dá ao mundo é a de que o país foi capaz de construir uma alternativa para os seus problemas atuais.Optou por um grupo político, que não explora o novo, como única bandeira. Mas ao contrário: coloca-se como opção capaz de agregar a experiência com as inovações contemporâneas, superando divergências ideológicas e somando em defesa do bem estar social.
Deus ajude o Brasil, a encontrar um tipo Macron – liberal de esquerda – para conciliar o nosso país e vencer a gravíssima crise na qual estamos mergulhados. Esse seria o candidato ideal à presidência, em 2018.
Ney Lopes – jornalista, advogado, ex-deputado federal; ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, procurador federal – [email protected] – Blog do Ney Lopes

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