LEMBRANÇAS OU SAUDADES –

¨ Lembro um olhar, lembro um lugar, seu vulto amado. ” Manhã bonita, sol iniciando sua caminhada diária’ céu coberto com nuvens brancas e escuras, dois coqueiros e um imenso pé de “palmatórias” e no fundo o mar meio verde e meio azul compõem a moldura natural da Arte Divina.

Estou no alpendre da casa olhando a calçada por onde passam jovens bonitas, idosos cães bonitos ou não. Me desloco até onde estão os coqueiros, sento na calçada e fico olhando para o mar e começo a pensar na vida, lembranças do tempo de criança, lembranças da Redinha que no meu tempo era Ridinha, do Ridinha Club (era assim que se escrevia) dos amigos de infância ( Carlos Limarujo, António e João Ferreira, Sergio Lima, Mauricio Maia, Brega e Natanael Luz, Artur Ferreira, Bebeto Ferreira, Caio Flavio Fernandes, Paulo Cesar Cavalcanti e outros que iriam tomar todo espaço desta crônica. Continuando com as lembranças lembro-me das jangadas dos pescadores, jogando a rede para pescar e as redes estendidas nos varais. Isto é saudade ou lembrança? Não sei, só sei que sinto um aperto acompanhado de um tímido suspiro. Bom meu tempo de criança, boa minha juventude. Lembro-me muito bem da Escolinha de Dona Maria Dourado, onde conheci crianças que são (alguns) meus amigos até os dias de hoje. O Ginásio Sete de Setembro, seus donos, professores Fagundes e Nogueira, lembranças do Atheneu, e colégio Carneiro Leão esses foram os pilares da minha formação escolar, tenho lembranças, mas não sinto saudades.

Lembranças da Escola de Engenharia, dos colegas falecidos, Klaus Nóbrega e Airton Guerreiro, ambos faleceram muito moços de acidente. Lembranças sinto da minha turma querida, turma de setenta, ainda hoje 51 anos depois somos uns velhos brincalhões, estamos em contato quase todos os dias pelo WhatsApp, 51 anos juntos, velhos amigos. “Ai que saudade me dá/Ai que saudade me dá/Do bate papo/Do disse não disse. ” Isto é saudade ou lembrança?

Passou o tempo, virou saudades ou lembranças, não sei, só sei que sinto dentro de mim alguma coisa que mexe comigo.

Veio o casamento, filhos, deixá-los no colégio, obrigatoriamente era uma tarefa agradável, e uma linda mulher levando três lindas meninas cada uma comentando suas tarefas.

O tempo passou rapidamente, vieram os netos, crianças novamente em casa, alegria vinte quatro horas. Os netos cresceram, um já meu colega de profissão, bate a lembrança, vem a saudade de quando eles eram crianças. Lembro-me e sinto saudades. O tempo para mim é curto, ou não tenho mais tempo.

 

 

 

 

 

Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor, membro do IHGRN

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