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O executivo Flávio Machado, ligado à Andrade Gutierrez, afirmou ao juiz federal Sérgio Moro em depoimento nesta segunda-feira, 25, que, em 2008, o então presidente do PT Ricardo Berzoini pediu 1% de propina sobre ‘todo e qualquer contrato da Andrade Gutierrez junto ao governo federal’.

Flávio Machado prestou depoimento em ação penal na Operação Lava Jato. Ele é um dos ex-dirigentes da empreiteira que fecharam delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, também é delator.

O executivo citou os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Paulo Ferreira. João Vaccari está preso na Lava Jato desde abril de 2015 e Paulo Ferreira está custodiado na Operação Custo Brasil – esta, uma investigação sobre desvios de R$ 100 milhões de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento, gestão Paulo Bernardo.

“O João Vaccari não era o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores àquela época. O tesoureiro, se eu não estou enganado, era o Paulo Ferreira. Fui apresentado ao João Vaccari que era um assessor direto do presidente do Partido dos Trabalhadores, o Berzoini, Ricardo Berozini, quando então o João Vaccari me solicitou que eu conseguisse agendar uma reunião com o presidente Otávio Azevedo com a presença do presidente Ricardo Berzoini. Essa reunião, eu não sei precisar exatamente a data, ocorreu em 2008 no nosso escritório que era a sede da Andrade na época, em São Paulo”, declarou o executivo.

Perante o juiz Moro, o ex-dirigente da Andrade Gutierrez afirmou. “Nessa reunião, participaram pela Andrade, Otávio e eu, pelo Partido dos Trabalhadores, o presidente Berzoini, o João Vaccari e o Paulo Ferreira. Nesta reunião, o presidente do PT à época, Ricardo Berzoini fez essa colocação que gostaria de todo e qualquer contrato da Andrade Gutierrez junto ao governo federal tivesse o pagamento de vantagens indevidas no valor de 1%. Isso foi uma conversa entre eles, nós outros 3 ficamos praticamente calados.”

Flávio Machado declarou que a conversa foi ‘muito desagradável’.

“Senti claramente a reação do Otávio Azevedo. Ele, inclusive, se resguardou para que desse uma posição final mais à frente em outra reunião, alguma coisa nesse sentido. Ele tinha que internalizar essa colocação. Essa reunião realmente ocorreu, e eu estava presente”, disse.

*Com informações da Agência Estado

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