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Jaécio Carlos

Diante de tanto lamaçal, desde os detritos tóxicos de Mariana aos do Palácio do Planalto, teremos esperança de que as coisas melhorem em nosso país? Não somos foco do Estado Islâmico, mas esses desastres acontecidos recentemente, aqui, produzem tanto estrago quanto os de Paris, recentemente. O mundo todo está perplexo, assustado, acuado, medroso. 2015 terá o mais triste dos natais e bom seria se pudéssemos ter forças para mudar o jogo.  Não temos. Nem sabemos como fazer.

Estamos desarticulados, sem lideres em quem possamos confiar e as dificuldades de seguir em frente, são grandes.
Tentamos, dentro da realidade de cada um, chegar a algum lugar, com otimismo. Não podemos parar, mas os caminhos são tortuosos e a  sinalização está apagada nas estradas que nos conduzem ao patamar da estabilidade. Empresas fechando as portas, o desemprego aumentando e cada vez mais a crise fica recheada de escândalos políticos e empresariais.

É um ciclo vicioso. E nesse redemoinho vamos até o fundo do poço e dá medo arriscar. É como um vendaval que a  gente espera, debaixo dos cobertores,  a chuva passar e o sol volte firme com sua energia de tempos de mudança.

Época de Papai Noel Magro e de saco vazio. Crianças recebem brinquedinhos de plástico chinês e sem glamour e a decoração natalina das ruas e dos shoppings centers cada vez mais sem brilho. Uma falsa alegria estampada no rosto das pessoas que aparecem nas mídias. O tal sorriso amarelo aparece quando não se tem dinheiro para comprar panetone, vinhos, castanhas e outras iguarias.

Diante de tantos absurdos de furtos e roubo, a malandragem toma seu lugar e o povo sofre. Fraude até em jogos oficiais de loterias. O Brasil está bem perto de ser um Nov Grécia, sem crédito e sem dignidade. Financeira e economicamente vamos indo em direção ao desconhecido. A mídia mostra um lado enganoso da felicidade fácil, com crianças alegres correndo pelas praias ensolaradas do nordeste, casais felizes brindando com champanhe seus momentos de rara felicidade, etc…. como se nada estivesse acontecendo.

A famigerada frase: “Feliz Natal e próspero ano novo” não tem mais sentido. É apenas um hábito de frases feitas, assim como  velha pergunta“tudo bem?” e automática resposta, “tudo bem”. Que nada, a gente nem sabe direito o que estamos falando.

Vamos dissimular e sorrir, lembrando o velho Charles Chaplin na sua belíssima música: “sorris e todo o mundo irá supor que és feliz”.

Desculpe, Feliz Natal!

Jaécio Carlos – Publicitário e palestrante

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