SOARES JUNIOR

Francisco Soares de Lima Junior

O turismo é a atividade econômica do Rio Grande do Norte que tem condições de oferecer a oportunidade de aumentar a arrecadação de impostos no Estado com maior velocidade e menor investimento, visto que tem uma capacidade ociosa na hotelaria que chega a 45%, o que ocorre nos demais equipamentos como restaurantes, bares, passeios turísticos, etc..

Com o apoio do Governo do Estado na redução do ICMS do querosene de aviação será possível a atração de mais vôos para a capital, e principalmente incrementar os vôos charters que tem papel fundamental na complementação da oferta de assentos em função da elevada procura pelo destino Natal, bem como a redução do preço das passagens, aumentando consideravelmente a capacidade da oferta de assentos.

Para se ter uma idéia do quanto vale um vôo charter, basta considerar os seguintes dados: os vôos charters vem sempre cheios, ou 160 passageiros, que permanecem em Natal e arredores por 7 dias, e cada turistas gasta em média R$ 230,00 por dia. Isso significa que cada vôo injeta na economia local R$ 257.600,00 por semana ou R$ 1.030.400,00 por mês. Segundo estudos da FECOMERCIO, do gasto médio de cada turista, aproximadamente 10% corresponde ao ICMS do que é consumido.

Assim, considerando a possibilidade de se conseguir 5 vôos charters por semana, fato que não tem nada de anormal, pois o Estado do RN já chegou a receber mais de 20 por semana nos anos de 2006 e 2007, isso significaria uma injeção na economia local de R$ 5.152.000,00, o que corresponderia a uma conseqüente arrecadação de ICMS na ordem de R$ 515.000,00 por mês, ou R$ 6.180.000,00 por ano.

Os vôos regulares têm um papel semelhante, embora a estimativa de turistas que desembarcam é variada em função da época do ano, mas vale considerar que os eventos realizados durante todo o ano têm papel muito importante na ocupação hoteleira durante os períodos de baixa estação, principalmente em função do gasto médio diário que é o dobro do gasto do turista de lazer.

É importante salientar também o papel dos vôos internacionais que apresentam  resultados para a economia bem superiores aos vôos charters nacionais, tendo em vista o tempo de permanência médio do turista internacional, que é de 13 dias e o gasto médio que também é o dobro do turista brasileiro, de forma que a receita gerada por cada vôo é quase 3 vezes superior aos vôos nacionais.

Diante do exposto, seria muito oportuno o Governo do Estado, olhar com mais atenção o papel do novo aeroporto, pelo fato de ter flexibilidades por se tratar de uma empresa privada e trabalhar em parceria para incrementar o numero de vôos para o Rio Grande do Norte, como forma de melhorar a arrecadação do próprio Estado.

As parcerias poderiam ser desenvolvidas em diversas áreas, aproveitando o grande potencial da INFRAMERICA na operação de 50 aeroportos fora do Brasil, onde o Rio Grande do Norte pode ser vendido facilmente expondo seu material promocional, sem custo para o erário do Estado, abrindo novos mercados para o turismo.

O potencial turístico da América do Sul é muito grande e o Rio Grande do Norte é pouco conhecido nesses países vizinhos, e a grande maioria dos vôos desses países para a Europa e América do Norte passa sobre o Rio Grande do Norte.

A possibilidade de se criar o hub da LaTam no aeroporto de São Gonçalo do Amarante, a nova oferta de vôos para todos os países da América do Sul, vários países da Europa e América do Norte, seria excelente para a economia potiguar. O Governo tem na atividade turística, grandes e boas oportunidades, que se bem aproveitadas, pode ser a grande saída para a recuperação das finanças do Estado.

Francisco Soares de Lima Junior – Consultor em Turismo

 

 

 

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