Hoje, lamentavelmente vivemos o momento mais crítico e constrangedor do nosso futebol. Mesmo sendo possuidor de um dos mais belos e mais bem estruturados palcos de futebol do Brasil – Arena das Dunas.
O futebol mudou. Tomou rumo bem diferente. O profissionalismo atual levou os clubes para um caminho árduo, penoso e impraticável.
O modelo praticado tornou o futebol financeiramente inadministrável, principalmente em Estados pobres como o nosso.
A pobreza instituída, seja pelos parcos recursos oriundos do pequeno número de torcedores, do afastamento gradual e crescente dos patrocinadores, o péssimo e medíocre futebol apresentado, e ainda, pelas altas e onerosas folhas de pagamento dos seus elencos, fecham o círculo para a insolvência do nosso futebol.
Não havendo recursos, não existirão investimentos. Fecham-se as escolinhas de futebol: o berço, o nascedouro de futuros jovens bons de bola e de baixo custo.
O crescimento imobiliário urbano engoliu áreas antes destinadas aos campos de peladas e, fez desaparecer os bons e acirrados campeonatos dos subúrbios, contribuindo decididamente para o total desaparecimento dos nossos futuros craques. Nada foi feito em contra partida. Simplesmente desapareceram e pronto!.
Não temos mais o “Matutão.” Perdemos um dos maiores e mais importantes campeonatos de futebol do interior do Estado; uma verdadeira vitrine de futuros craques; hoje, somente comparado a famosa, bem sucedida e grande formadora de bons jogadores do Brasil: a Copinha de São Paulo/SP.
Em um rápido lance de memória, me vêm os nomes de Souza e Djalma ( craques do Corinthians Paulista), Reinaldo (campeão do Mundo pelo Flamengo/ RJ), e muitos outros que engrandeceram o futebol potiguar e se consagraram no cenário do futebol brasileiro, todos oriundos do Matutão.
Por outro lado, perdemos também a boa gestão. O futebol passou a ser um bom investimento para aqueles que se promovem e se aproveitam dele. Já assistimos e continuamos a assistir esse filme. Infelizmente!
O que estamos presenciando da “geral”, é o afastamento dos patrocinadores, a pequena presença de torcedores aos estádios, a perda crescente e contínua do patrimônio do clube ( daqueles que ainda possuem). É o fim do nosso pobre futebol!
Portanto, um futebol deficitário, mal gerenciado, muito caro e de péssima qualidade, não pode se manter de pé. Cairá, sim, sem dor nem piedade.
Noite de segunda-feira (3/4/17), campeonato da cidade -América x Alecrim, – Arena das Dunas – público registrado: – poucas dezenas de torcedores.
Que tristeza! É a pura decadência do nosso futebol.
Berilo de Castro – Médico e escritor
Pura realidade o nosso futebol faliu.Nao vejo uma solução de imediato.