FLOR DO CAMPO –

Venho de um mundo que se perdeu nos cafundós dos tempos, entre o hoje e o ontem, o lúdico vivenciado e a razão de viver sem razão de ser, apesar de carecer ser,pois o viver atual é padecer entre concretos indevidos, por força de um destino que trilhou linhas paralelas e que ainda me conduzem no trem da vida.

Fui criado em fazendas fincadas no agreste desse nosso amado Nordeste brasileiro e trago nas ventas ,na alma e nos olhos, o cheiro, a singeleza e a cor das nossas matas transmutadas em saudades lúdicas que acalantam a minha vida e me fazem seguir adiante, sempre em busca de um Deus natureza onde eu natural, continue …

Passando no bairro Cidade Satélite em direção a rotatória da Prudente de Morais, observo o que resta de dunas,sua vegetação. Vejo uma linda flor do campo com suas pétalas de um amarelo intenso se oferecendo tão graciosa a enfeitar a lateral do canteiro,apesar de ser maltratada pela poluição de combustível fósseis que saem em grande quantidade dos escapamentos dos veículos que ali transitam.Nesses tempos de avexamentos, só eu, as borboletas, as abelha e os beija-flores que a notamos,por necessidades de viver e alimentar a alma carente do belo.

Às vezes, me pego matutando o por que dessa indiferença das pessoas atualmente para o belo, o lúdico: seja uma flor, um amanhecer com o sol a brilhar intensamente, o cantar de um passarinho ou as ondas do mar a se desfazerem na praia em forma de espumas brancas… só acho alguma explicação ao escutar a bela canção Panorama Ecológico de Erasmo Carlos, daí, fico deprimido por constatar que nós humanos somos assim mesmos, “inteligentes”

Ainda bem que existe uma bela flor do campo ao lado de um feio canteiro, para abrilhantar a natureza,nos dizendo que viver vale à pena e que cada outono ela nos doará o seu brilho para enaltecer a nossa existência.

 

 

José Alberto Maciel de Oliveira Representante comercial aposentado

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