Aqueles mais aprofundados falam da face de Deus como sendo algo indescritível, de tão magníficos serem sua glória, majestade e poder. Falam da dimensão mais transcendental da Divindade, do Absoluto, do Infinito, do Eterno, do Insondável, do Uno, do Todo, da Fonte, da Causa, da Suprema Realidade, da Alma do Universo, da Vida, da Inteligência Cósmica, da Consciência Universal, da Essência, do Insondável, do EU SOU, de Deus… Essa “face” só é perceptível por quem adentrou a “porta estreita” (referida por Jesus), a porta da consciência espiritual – o encontro consigo mesmo.

Ainda assim, porém, existem outras formas de se ver a face de Deus, basta que estejamos preparados e atentos.

Assim como eu, muitas pessoas veem Deus na Natureza, nas plantas, nos rios, no mar, na abóbada celeste, no universo, nos próprios homens e mulheres, na beleza das coisas visíveis; como também O vê na música, na poesia, na pintura, nas artes; e ainda O podem ver nos bons sentimentos, na paz, no perdão, no amor e em todos os gestos de bondade e simplicidade.

Na verdade, pode-se sentir a presença de Deus no que é visível e no que é invisível aos olhos. Pode-se senti-Lo física ou metafisicamente (posto ser Ele onipresente).

Somos acostumados, no entanto, a associar Deus à coisas boas e belas; a sentimentos bons e nobres; à pureza, ao amor.

O que a maioria de nós ainda precisa aprender é enxergar Deus nas coisas que não tem aparência bela, nos sentimentos fracos; enxergá-Lo para além da aparente maldade dos homens… Isto não é tarefa simples ou fácil. Não fomos educados a ver a essência, mas apenas a aparência das coisas – aquilo que é perceptível aos cinco sentidos -, as existências.

A grande maioria de nós, quando pensa em Deus, geralmente, O imagina distante, desligado do mundo -, controlando de lá as coisas daqui. Essa maneira de enxergar Deus “distancia” o homem dEle, e torna a comunhão com Ele tarefa quase impossível.

Podemos modificar tudo isso com uma simples atitude: comecemos a enxergar Deus em tudo que existe – mesmo sabendo que Ele não é cada coisa ou o conjunto delas, como pensam os panteístas. Procuremos enxergar Deus em cada pessoa, seja que aparência tenha – o que não significa também que cada pessoa seja Deus, como podem pensar alguns.

Deus está nas coisas, sem que seja essas coisas; Deus está em cada homem, sem que qualquer homem seja Deus. Deus está em tudo e em todos na essência de todos e de tudo, mas sem se confundir com nada que foi criado, posto ser Ele o Criador de tudo.

Acalmemos, pois, nossas mentes; deixemos que a luz da sabedoria divina nos envolva; vivamos os ensinamentos advindos do divino Mestre, o Cristo-Jesus, que é a Vida que vivificava a todos nós; sejamos simples, humildes e amorosos; pratiquemos tudo que Ele nos ensinou; esforcemo-nos para ser filhos e filhas obedientes ao Altíssimo; e, então, conceberemos a unidade da Vida, e viveremos a gloriosa vida que Deus nos preparou desde a fundação dos tempos!

João Batista Soares de Lima  – Ex secretário de Tributação e Membro da Arca da Aliança – Movimento Cristão.
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