Recebemos do Engenheiro MAURICY TERRA um extenso Relatório sobre a questão da Via Costeira, que publicamos aqui, na íntegra, apenas dividido em dua partes.
PARTE 2:
Vejamos agora o custo ecológico pela liberação de gases.
Os gases liberados na combustão completa da gasolina ou óleo diesel são; o gás carbônico, vapor d’água, os óxidos de nitrogênio (NOx) e, os óxidos de enxofre (SOx). No caso de diesel temos ainda a liberação dos particulados.
O gás carbônico torna-se poluente somente em altas concentrações, todavia, ele é o causador do efeito estufa.
Os óxidos de enxofre (SOx) são liberados pelos combustíveis que tem enxofre. A gasolina tem um pequeno teor em enxofre, mas o diesel (em Natal é bem significativo o numero de veículos que circula com diesel) tem um teor de enxofre bem elevado, da ordem de 500mg/Kg. Nos países desenvolvidos esse teor é 10 vezes menor. No Brasil existe uma lei para reduzi-lo também para 50 mg/Kg mas a data prevista para implantação tem sido sistematicamente postergada pela Petrobrás..
Combinando com o vapor de água e o oxigênio do ar, os óxidos de enxofre formam acido sulfúrico (H2SO4) que é altamente corrosivo e em contato com as vias respiratórias provoca doenças, como a bronquite.
Já os óxidos de nitrogênio (NOx) são gerados nos cilindros do motor devido a pressão e a temperatura elevadas. Para eliminá-los foi que passou a ser obrigatório a colocação de catalisadores nos escapamentos, cujo objetivo é eliminar o óxido de nitrogênio e os hidrocarbonetos que não reagiram na combustão. Todavia, os catalisadores não são totalmente eficientes e dependendo do estado de manutenção deles podem mesmo ser pouco eficazes.
A gasolina é composta predominantemente de octano. No calculo abaixo não vamos considerar a parcela de álcool.
A reação de combustão seria a seguinte:
C8H18 + 12,5 O2 ——à 8 CO2 + 9 H2O
1 mol —–à 8 moles
(8×12 + 18×1) 8 x(12 + (2×16)) (C= 12; H =1 e O = 16g)
114g ——————-à 352g
Assim 114g de gasolina vão gerar 352g de CO2.
O volume de 65.700 litros de gasolina consumidos a mais por ano por esses 300 automóveis considerados vai representar 48,6 toneladas de gasolina, considerando a densidade da gasolina igual a 0,74kg/l
Dessa forma 48,6 toneladas de gasolina vão representar 150 toneladas de CO2 liberados a mais. Nas condições normais de temperatura e pressão, 1kg de CO2 apresenta um volume de 510 litros. Logo, teremos a liberação adicional de 76.500 m3 de gás carbônico por ano!!!
A liberação dos outros gases, embora em quantidade bem menor, por serem muito tóxicos, não deveria ser considerada desprezível pelos ecologistas.
Em nossa opinião não deveríamos ter que rodar mais do que 500m sem ter a possibilidade de retorno, considerando que a Via Costeira é hoje uma avenida da cidade, de tráfego intenso, e não uma estrada.
A mais, deveríamos ter também paradas de ônibus com uma distancia máxima entre uma e outra de 500m.
Obs. Durante a sua existência, a Empresa Brasileira de Transportes Urbanos -EBTU classificou uma parada de boa acessibilidade quando o pedestre tem que caminhar no máximo 250m.
Lembramos que temos duas entidades de ensino na Via Costeira (UFRN e SENAC) e a parada de ônibus próxima a elas, no sentido Ponta Negra, aparentemente não é oficial, pois não está demarcada, e os ônibus teoricamente não deveriam parar, pois é um local proibido.
E nesse ponto, os alunos, funcionários e hospedes, ficam esperando o ônibus no reduzido espaço entre o meio fio e o mato da duna, correndo o risco de serem atropelados ( ver foto anexo de turistas hospedados no Hotel Barreira Roxa esperando o ônibus). E o ônibus para na própria Via Costeira atrapalhando o transito, pois não existe uma baia para ele entrar. Infelizmente, o que tem ocorrido habitualmente é que os responsáveis somente vão tomar alguma providencia quando ocorrer algum acidente com vitima. Por que não tomar uma providencia antes?
Além da economia de combustível que isso permitiria aos munícipes, e a redução da poluição ambiental, aumentaria muito a segurança, pois hoje qualquer acidente provoca um congestionamento sem alternativa para o motorista. Antes da colocação do canteiro central, o motorista poderia retornar em qualquer ponto, e buscar uma alternativa para chegar ao seu destino. Hoje ele é obrigado a ficar parado até que a situação seja normalizada. Imaginem o caso de uma emergência! Isso pode custar uma vida!
Outro problema sério atual é que as vans que transportam estudantes não querem fazer o retorno em Mãe Luiza. Elas aguardam do outro lado da pista o embarque dos estudantes, que têm que atravessar a avenida, sem faixa de segurança, e evitando os veículos que chegam à elevada velocidade. Será que somente será tomada uma providencia após um acidente fatal?
A SEMOB e o DER já foram comunicados, inclusive por escrito, de todos esses problemas.
NOSSA PROPOSTA:
1)- Construir uma rotatória nas imediações da UFRN e do Hotel Barreira Roxa, ou avançando um pouco na duna ou tentando aproveitar a rua entre esses dois estabelecimentos e mais uma pequena área de cada entidade.ou de uma das entidades. Obs. Provavelmente várias pessoas já viram a dificuldade que tem um ônibus ao sair do Hotel Barreira Roxa e entrar na Via Costeira. Ele tem que fazer várias manobras, inclusive parando o tráfego.
2)- Nessas imediações, construir uma baia, para entrada do ônibus no sentido Areia Preta à Ponta Negra, de modo a evitar que o mesmo pare na pista, em local proibido, e torne mais segura a espera por parte dos usuários.
3)- Colocar uma restrição para o excesso de velocidade no trecho entre o Restaurante Tabua de Carne e a Praça do Relógio de Sol, para evitar os abusos que se verificam hoje, e que certamente, mais cedo ou mais tarde, darão origem a acidentes.
4)- Colocar uma faixa para travessia de pedestres próxima ao relógio de sol, pois a travessia hoje é excessivamente perigosa.
5)- Rever a posição do ponto de ônibus no Relógio de Sol pois se alguém chegar a esse local com excessiva velocidade e por algum motivo não conseguir completar a curva, a força centrifuga o levará de encontro as pessoas que estarão esperando o ônibus.
Se aprovada a proposta “1” teremos uma redução de 2/3 no desperdício de combustível, e conseqüentemente na liberação dos gases, o que será um sensível progresso.
Eng° Mauricy Airton Terra