Efeito colateral em medicina/farmácia significa uma consequência que a ingestão de determinado remédio pode fazer ao organismo. Uma consequência diferente que é somada ao efeito desejado do medicamento.
Agora, imagine que todos nós somos pílulas, medicamentos com funções específicas para agir no corpo de uma jovem senhora nossa conhecida, Dona Vida. Imagine que todos os dias ela toma o medicamento você.
Você certamente causa efeito colateral, mas no nosso caso somos capazes de optar que efeito causar. Podemos deixar cansaço, náusea, dores de cabeça e tontura, que são os mais comuns. Assim não precisamos pensar, basta seguir a onda e deixar a nossa querida paciente impaciente conosco.
O fato é que, sendo capaz de escolher o que acontece com o outro quando falamos, quando agimos, quando pensamos (é! O pensamento tem força, sim!), será que não gostaríamos de escolher efeitos melhores? Sorrisos evocados por lembranças antigas, saudade, vontade de abraçar, gargalhadas de doer a barriga, sensação de banho de chuva na infância, cheiro de bolo de vovó!
Para mim, esses efeitos são mais desejados, mais aguardados. Como fazer para que o outro sinta isso com relação a cada um de nós? Primeiro, precisamos realmente querer deixar estas impressões e depois agir de acordo.
Não adianta ser “palhaço” e só causar dores abdominais que em pouco tempo serão tão esquecidas e indesejadas quanto nós mesmos! Precisamos agir, sobretudo, com carinho, com cuidado, pois nossos pacientes são flores de porcelana, são orquídeas raras. Cada um deles é único e possui necessidades únicas e especiais.
Alguns requerem o uso de risos imediatos contra os pequenos tropeços da vida, outros, pelo mesmo motivo, precisam de cuidados tipo Merthiolate e Band-Aid. Outras vezes, a solução vem como um carinho daquelas pomadas que mamãe passava em nossas costas quando tossíamos à noite.
Como pessoas que somos, nossas formas de eficácia, enquanto medicamento para o próximo, são as mais variadas. Podemos ser tão calmantes quanto angustiantes. Só precisamos escolher nossos efeitos principais, sem esquecer nossos efeitos colaterais.
Ninguém quer ser amigo daquela pessoa que cansa, que suga, que não soma. Quando nos tornamos solução e coração, nossa vida muda para os dois lados. Muda como reagimos aos estímulos externos e como esses estímulos chegam até nós. Muda a forma que vemos e a que somos vistos. Muda tudo.
Cada dia é uma escola, cada série traz uma lição diferente. Precisamos aprender e ter cuidado com o que absorvemos e com o que emitimos.
Vamos trabalhar para sermos pessoas melhores, pessoas que emitem brilho e não sombra, que emitem temperaturas ideais, que distribuem calor e cuidado. Dando pequenos passos a cada dia, a Vida sorrirá o tempo inteiro para nós, assim como nossos amigos!
Ana Luíza Rabelo Spencer – Advogada – ([email protected])
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