É TEMPO DE… –

Quando o mês de dezembro aponta no calendário, é como se os anjos estivessem testando a instalação que levará energia até a estrela de Belém, anunciado um novo tempo.

Tempo de acomodar na agenda as confraternizações que se avolumam e coincidem na programação, do trabalho, da associação, da pastoral, da confraria, do clube, do amigo, da família, da escola, do futebol, do partido, do fanático, do condomínio, da rua, enfim.

“Hoje não posso”; “Só se for mais tarde”; “Vamos mudar a data”; “Só se for de dia”; “Lá em casa não dá”; “Vixe! Aqui nesse mesmo ambiente? Nem…”; “Mas, sem “reza”; “O chefe vai?”; “Com ou sem amigo secreto?”; “Tem mé?”, e assim por diante.

Esse tempo de confraternização, para boa parte dos filhos amados de Deus, assume um papel de pura festa de “desapego” das mazelas dos dias que se passaram e, também, como uma “parada técnica” para, entre um brinde e outro, expressar sentimentos que ficaram guardados nas gavetas do convívio, precavendo-se do incompreendido “assédio” disso ou daquilo.

“Meu amigo secreto é uma pessoa muito especial”, vai falseando o andar da carruagem, elevando o tom da brincadeira, até à famosa pausa para uma “palavrinha” de retrospectiva dos fatos que se foram e expectativa dos dias que virão.

Aproxima-se o final?! Como saber?

Fique de olho no bolo. Se servirem o tal, mas que depressa se juntam as lembrancinhas (“Foi só pra não esquecer você…”), começa a debandada: tchau… até segunda… ainda vou pegar os meninos… tô morta…

Entretanto, tão importante quanto, deixamos meio à toa, que esse tempo é também m tempo para uma revisão.

Lembro-me ter lido em “O Inédito sobre os Evangelhos” que quando um navio sai do estaleiro pela primeira vez, é costume batizar a nova embarcação e formalizar esse ato com a quebra de uma garrafa de champanhe no seu casco. Diz-se até que quanto melhor for a qualidade do espumante, maior a “certeza” que o navio singre os mares com segurança.

Diz-se ainda, que com o passar dos anos, a velocidade do navio vai diminuindo, porque vai incrustando no casco, moluscos em grande quantidade, que dificultam a navegação. Então, urge que retorne ao estaleiro para remover essa crosta e dar nova condição de rapidez ao “nobre” casco.

Muito parecido conosco, humanos. Com o passar dos anos, vamos incrustando na alma e no corpo, certas moléstias morais e espirituais que nos levam a passar por circunstâncias desagradáveis e a cometer certas imperfeições, pelas quais nos apegamos, fazendo-nos perder a “velocidade” da vida, que deveria singrar nas atitudes do amor, da solidariedade, do amparo a quem precisa, sem as vaidades deste mundo.

Esquecemos que temos um excelente estaleiro – DEUS.

Radicalizamos a pretensão de que cada um existe por si mesmo, independente de Deus e sem relação com o outro, esquecendo em retornar sempre e sempre necessário, ao estaleiro divino para desincrustar da alma as amarras que nos prende ao ócio danoso.

É tempo.

É tempo de “sacudir a poeira e dar a volta por cima” das circunstâncias levadas por nossas decisões. Certas ou não tanto, foram dadas. Isso representa confiança. Às vezes faltam orientações que nos ajudem a dar passos coerentes no caminhar da vida. Alguns dizem que é o “livre arbítrio”. Não acho tão simplório assim. Para mim, o livre arbítrio tem um significado mais abrangente. Ele me mostra dois caminhos, um sempre ligado ao amor. Não é uma decisão avulsa, mas soprada pelo anjo do Senhor. Agora, se eu dou ou não atenção, aí sim, assumi a livre vontade, – o arbítrio.

Indaguei da escritora Ana Luiza Rabelo sobre: “É tempo de…” e, como resposta: Crescer.

E foi mais além: “De melhorar como pessoa”. “De selecionar o que faz bem e o que se faz bem”. “É tempo de colher o que plantou e plantar melhor para a próxima colheita”. “De fazer boas escolhas”.

É tempo. Sempre é tempo.

O estaleiro – DEUS tem as ferramentas certas para “limpar” nossos infortúnios.

Volte lá.

 

Carlos Alberto Josuá Costa – Engenheiro Civil e Consultor ([email protected])

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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