E ASSIM SE PASSARAM DEZ ANOS… –

E assim se passaram dez, vinte, trinta, quarenta, setenta e nada mudou neste Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro, nada mudou, continua o Brasil da malandragem, o brasil (com letras minúsculas) da picaretagem. Há anos ouvia de meu pai. “Quero deixar um Brasil melhor para os meus filhos” e assim votava em um Eduardo Gomes, empolgou-se com a campanha de Jânio Quadros “Varre, varre vassourinha, varre, varre a bandalheira, que o povo já está cansado de viver desta maneira. ” Acreditava em um Pais (com letras maiúscula) grande, acreditou em Juscelino, embora udenista de coração.

O tempo passou e só piorou. Há uns vinte anos que a politicagem substituiu a moralidade, alguns “inocentes” acreditam que o pais cresceu, mas, nunca vi tanta roubalheira, tanta picaretagem juntas praticadas pelos três poderes. O circo armado pelos três poderes certamente marcará a história e estórias do brasil, um brasil pequeno, diminuto diante um povo calado e passivo, “tô vendo tudo, tô vendo tudo mas fico calado, faz de conta que sou mudo. ”

“Era um bom tipo meu velho” e certamente me chamaria para conversar. – Filho me diga uma coisa, como é que o Supremo Tribunal Federal tem coragem de ameaçar o presidente da república quando ele mesmo solta um ladrão, traficante; o bandido mais perigoso do país e  absolve um criminoso que eu e você sabemos que enganou e roubou toda nação?

– Pai, um pais que tem uma CPI cujo presidente é o senador Omar Aziz e um relator, o senador Renan Calheiros, a gente pode esperar o que ? É difícil, pai, embora o senhor saiba que o presidente da república fala muita besteira e isto dá combustível para a oposição ficar queimando lenha, até um dia a casa pegar fogo.

– É meu filho, a situação está muito difícil para a geração dos meus netos, nunca pensei que isto iria acontecer.

– Pai, entrei na Escola de Engenharia no ano de 1965, o senhor bateu nos meus ombros e disse-me: filho um a menos para me preocupar, e assim foi feito, não lhe dei preocupação, havia crédito barato e vontade de trabalhar, consegui educar minhas três filhas. Mas, pai elas não podem dizer a mesma, todas com curso superior, mas lutando muito pela vida.

– É filho esta equação eu não sei resolver!

– Pai acho que se voltarmos a investir em conhecimentos científicos, crédito barato, na educação básica, ou seja educação para todos, olharemos para este pais com outros olhos.

– É filho, espero que um dia os brasileiros percam a paixão por políticos, deixem de ter políticos de estimação e olhem mais para razão do que a emoção. Até breve filho.

Parei um pouco e pensei no meu começo de luta pela sobrevivência: “velhos tempos belos dias.”

 

 

 

 

 

Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor, membro do IHGRN

As opiniões emitidas nos artigos/crônicas são de responsabilidade dos colaboradores

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *