DESEMPREGO E PRECARIZAÇÃO –

​​​Fala-se em vinte e dois milhões de desempregados no país, em razão do desemprego estruturante, conjuntural e em decorrência da pandemia do coronavírus, aprofundando a crise social brasileira, que os governos não conseguem resolverem, apesar das promessas de gerar oportunidades de trabalho, distribuição de riquezas, melhoria na qualidade de vida, estando um cenário desafiador.

O desemprego estruturante se dá em face das mudanças na estrutura da produção com a modernização da linha de produtiva da indústria, com novas tecnologias e até robotizações, como foi o caso da indústria automobilística, de refino de petróleo, da mecanização do agronegócio, principalmente no setor sulcroalcoleiro nordestino, e na própria construção civil, no setor de fiação, na junção de empresas no processo de globalização, dentre outras, que desempregaram em massa.

O desemprego conjuntural é decorrente das crises econômicas, no país, quase cíclicas, ficando dependente da macroeconomia adotada pelos governos, de políticas públicas para os diversos setores produtivos, do crédito disponível, na forma de captar empreendimentos e investimentos, que melhora quando há estabilidade política e institucional, e em um país que se promove crises constantemente é difícil encontrar soluções que sejam minimamente duradouras.

​​​A pandemia do coronavírus que fechou negócios, principalmente nos segmentos de serviços e especial no turismo, gerou mais desemprego, aumentando a crise de empregabilidade, e a maneira como vem sendo tratado o isolamento social, sem uma direção nacional convincente, que está proibindo os brasileiros ingressarem nos Estados Unidos, na

União Europeia e até países da América do Sul, agrava a situação brasileira, caso não haja uma política compensatória e geradora de empregos.

​​​No governo Temer com a Reforma Trabalhista e a diminuição dos direitos da classe trabalhadora propagandeada que geraria postos de trabalho, tal fato não ocorreu, “precarizou” mais ainda o trabalho formal, sem contar que o Brasil contínua como um dos campeões do acidente de trabalho, inundando a previdência obrigatória de auxílios doenças, aposentadoria por invalidez e diminuindo a capacidade laborativa da força ativa de trabalho.

​​​O desemprego de todas as naturezas, caso não sejam adotadas medidas sérias e planejadas, como a volta rápida ao trabalho sem nenhum critério de proteção, poderá aprofundar o número de óbitos em decorrência da pandemia do coronavírus, basta ver o número de mortes nos EUA que atinge marcas estratosféricas para um país considerado com mais crescimento econômico do mundo.

​​​Diante do quadro, o neoliberalismo exacerbado e com os privilégios do setor rentista, poderão nos levar ao caos social com muitas violências, pois, é preciso gerar oportunidades, postos de trabalho e emprego, investindo nos setores que geram mais empregabilidade, com créditos facilitados, acabar com os comportamentos que está isolando o Brasil do contexto mundial e da civilidade, realizar ações de reforma agrária, nulas no atual governo, a fim de aumentar a oferta de alimentos que sejam acessíveis para a população, fomentando a pluralidade de segmentos.

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

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