É impressionante, de fato, se pararmos para pensar nas vezes que recebemos ajuda, que a vida nos trouxe inesperadamente coisas ou pessoas boas, que fomos, de alguma forma, presenteados diante de alguma adversidade.
Na maior parte dos casos, essa “luz” veio de um lugar tão inesperado que até nos deixa, para dizer o mínimo, atordoados.
Assim é a magia da Vida e o Amor. Eles vêm, sem avisar, e nos surpreendem com a sua perfeição. E a vida, a nossa história, passa como se fosse um filme ou um livro. De fato, se não da vida cotidiana, de onde vem a fonte de inspiração para os livros e filmes?
É belo de se ver como trabalham os dedos do universo. Com agilidade de rendeiras e rapidez de digitador, a Vida une pessoas improváveis, situações impossíveis e cria laços e cresce. Tal como o cajueiro de Pirangi (o maior do mundo!), as ramificações e voltas e reviravoltas que vemos (mesmo quando não estamos prestando muita atenção) são impossíveis de acompanhar ou entender, porém, como toda forma de arte, são belíssimas.
E o que é a vida se não a arte de viver, de cair e chorar, de sorrir e levantar, de dar e receber a mão? Uma mão amiga, uma mão sem rosto, uma mão inesperada, que vem e nos deixa abismados, uma mão que fica.
Nem sempre nos sentimos capazes de ajudar alguém. Seja em decorrência da própria necessidade, seja por pura má vontade, seja por medo, por excesso ou falta de zelo, por ciúmes, mágoa e rancor, por causa ou ausência de amor. Esqueça estes motivos, deixe ir tudo que te faz inerte diante do próximo.
Abra a janela da Vida. Abra um sorriso. Faça um bem a alguém. E não é por que você vai precisar ou por que receberá em dobro o que produziu, mas apenas por que alguém precisa e você está ali. Faça e esqueça. Não some, não cobre.
Na dança da Vida, os pares podem vir marcados ou não, mas, para se fazer uma quadrilha (de dança), sempre necessitamos de mais um par.
Ana Luiza Rabelo, advogada ([email protected])