CURTIR A PRAIA DA PONTA NEGRA, SEM ESQUECER O AQUECIMENTO GLOBAL –

Seja na praia, seja na serra, a quentura do ar incomoda e mexe com a sensibilidade crítica de qualquer um de nós, principalmente nas horas sagradas do lazer.

No Rio de Janeiro a temperatura previsível foi anunciada nos impossíveis 54 graus. Nesse caso, para os cariocas, a ocupação da cidade repleta de prédios já se vê há décadas sem solução; em Copacabana praticamente uma edificação ao lado da outra formam barreira de concreto para circulação do ar marinho.

Os morros devastados pela ocupação de estruturas mínimas de sobrevivência, aliadas à usurpação de território de forma ilegal e distanciado dos órgãos públicos. Sem a cobertura de vegetação retirada para ocupação de moradias precárias e arriscadas, com elevação da temperatura as frentes frias em proporção resultam abruptamente nas enchentes críticas, acontece em quase todo verão.

O Nordeste equatorial e tropical também é ferido nessas circunstâncias de incômodo humano. O calor intenso parece não amenizar, e haja energia para sustentar os condicionadores de ar. Ainda a referência meteorológica aos gases do efeito estufa, pela dispersão do gás carbônico, crescente desde a revolução industrial, de fontes de energia poluidoras que continuam a nos atormentar.

No Rio Grande do Norte e no Ceará, a imagem dos moinhos transformadores da energia do vento em energia útil, são esperanças de futura humanidade no abraço com o passado menos ameaçador.  Se voltássemos aos carros de boi quem sabe a vida se acomodaria à poesia e à menos agressividade.

A grita geral pelas queimadas na Amazônia, nem tão geral pelo holocausto do clima na Austrália, ao que parece a ciência se embaralhou com a política de ocasião. Afinal em anos devastadores para a Amazônia não se viu tanto protesto ou mesmo providências quanto às extensas áreas devastadas. Que haja um equilíbrio sim entre militância e exploração da floresta, pois os micos e tatus da Amazônia e os coalas e os cangurus da Austrália não podem ser extintos antes do tempo.

 

Luiz Serra – Professor e escritor
 As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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