A Arábia Saudita, único país do mundo em que as mulheres eram proibidas de dirigir, através de uma ordem real, elas poderão adquirir a licença para direção, a partir de junho de 2018. A ordem real foi assinada pelo rei, Salman bin Abdelaziz que autorizou nessa terça-feira (26). O monarca saudita criou um comitê formado pelos ministérios de Interior, Fazenda, Trabalho e Desenvolvimento Social para que apresentem suas recomendações sobre o tema em um prazo de 30 dias. Segundo a SPA, o comitê estudará como aplicar a medida do rei e homologar a lei de trânsito para que inclua as mulheres com igualdade de condições em relação aos homens. O fato chamou atenção da mídia internacional, principalmente da ONU, através do seu Secretário-Geral, os EUA parabenizaram a iniciativa. Quem também comentou o fato foi a militante saudita, Manal al-Sharif, que vive em Sydney, declarou nesta quinta-feira (28), que está ansiosa para voltar a dirigir em seu país, depois que o reino autorizou as mulheres a conduzirem veículos. Líder do movimento de protesto “Women2Drive”, Manal ficou presa por nove dias, em maio de 2011, por ter publicado on-line um vídeo no qual ela dirigia na cidade saudita de Jobar (leste). “É um dia verdadeiramente histórico”, declarou Manal a um jornal local. “Vou ser sincera: acabo de chorar”, desabafou a ativista, que foi viver na Austrália depois de deixar a prisão. Até agora, as mulheres não podiam dirigir na Arábia Saudita e precisavam contar com um motorista particular ou um familiar homem que as ajudasse em seus deslocamentos. Ativistas dos direitos das mulheres fizeram campanhas durante anos para acabar com a proibição e dezenas de sauditas foram presas por se atreverem a dirigir como forma de protesto. Outra medida que foi muito comemorada pelas mulheres é que estrangeiras que visitarem o país, a partir de agora, já não vão precisar do uso do véu obrigatório.

 

(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)

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