Os palestinos resolveram fazer uma greve geral em apoio a todos os presos que estão fazem uma greve de fome em prisões israelenses (acerca de onze dias). Nessa quinta-feira (27), no centro de Ramallah, na Cisjordânia ocupada (capital diplomática da Palestina), as ruas estão vazias, o comércio fechado e os táxis parados. Também está prevista uma manifestação que poderá resultar em distúrbios com as forças israelenses, como acontece desde o início, em 17 de abril, desta greve de fome. O movimento foi convocado por Marwan Barghuti, líder preso do Partido Fatah do presidente Mahmud Abbas. Ele é o grande rival do presidente Abbas dentro do Fatah e frequentemente líder nas pesquisas sobre uma hipotética eleição presidencial palestina. Os cerca de 1.300 palestinos em greve de fome, segundo a Autoridade Palestina, pertencem a todos os movimentos políticos palestinos, do Fatah e de Barghuthi, aos partidos de esquerda, passando pelo Hamas islamita que saudou os “valentes prisioneiros” grevistas. Esta greve de fome pretende “acabar com os abusos” da administração penitenciária israelense, indicou Barghuthi, em uma coluna enviada ao jornal americano “The New York Times” a partir de sua prisão de Hadarim, no norte de Israel. Abbas pediu à comunidade internacional que intervenha imediatamente para salvar a vida dos detidos em greve de fome. O governo de Israel está intransigente e já anunciou que não negociará com os grevistas, uma vez que seu líder, Barghuti é um terrorista e a maioria dos detentos também. Os casos de terrorismo foram relatados com frequência nos anos de 200 a 2005, antes dos muros que dividem a Cisjordânia de Israel, muro este muito criticado pela Organização das Nações Unidas (ONU), mas que trouxe muita segurança ao povo judeu, por ter evitado cerca de 90% dos atentados.

 

(Mário Roberto Melo – Correspondente do Blog Ponto de Vista, em Tel Aviv)

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