Eu como contador de histórias e de estórias, tenho também poucas e boas – Peço desculpas aos doutores, Valério Mesquita e Armando Negreiros pelo plágio.

Certa vez fui fazer uma ultra-sonografia em uma dos hospitais de Natal. A médica era bem jovem, baixinha, bonita de cabelos bem alinhados passando dos ombros. Pois bem, chegando lá ela pediu-me para tirar a camisa e deitar na cama. Pedido atendido, ela começou a passar um gel frio no meu tórax, eu comecei a rezar e dizia para Deus – Isto não vai dar certo. Dito e feito, ela teve que se curvar sobre meu corpo e os cabelos caíram no meu rosto.  Dei um suspiro.

            – O senhor estar sentindo alguma coisa? Perguntou ela

            – Estou sim senhora.

            – O senhor estar sentindo o que?

            – Saudade dos meus dezoito anos.

Ela deu uma risada desconfiada, e prossegui com os exames.

De outra vez, fui fazer um exame de vista. Constatou-se que eu tinha que fazer um exame mais complexo, para tanto teria que passar sem alimentasse pelo menos duas horas antes.

No dia agendado logo cedo, a secretária liga.

            – Senhor Augusto, o senhor estar lembrado do exame hoje, com Dr. Fulano. Lembre-se que o senhor tem que passar pelo menos duas horas sem comer, antes do exame.

            – Olha, você fica tranqüila, faz três anos que não como nada.

Ela gostou da brincadeira e para não ficar por baixo replicou.

            – Mas o senhor ainda topa um rala e rola de vez enquanto não topa?

O resto não posso publicar senão apanho da mulher.

 

Vinha eu, da Confeitaria Atheneu. Era um sábado à tarde. Ao passar em frente ao bar Azulão, vejo um amigo sentado sozinho em uma mesa na calçada. De pronto para ser solidário, voltei e fui fazer companhia. Tomamos mais uma dúzia. Lá pras oito horas da noite resolvo ir para casa. Já estava pra lá de Bagdá. Pois sim, o carro que vinha em direção a Praça Augusto Leite, ficou “virado” na direção contraria, ou seja, direção das praias. Aí começou o aperto. Eu dirigindo e nada da Praça aparecer. Foi uma época em que o Restaurante Xique-Xique colocou umas lâmpadas na frente. Quando vi tudo iluminado pensei; estou em uma cidade do interior, e é festa da padroeira, eu não sei onde estou. Liguei para minha mulher.

            – Alzira, vou demorar um pouco porque estou perdido.

Ela muito preocupada me pergunta – Onde você está?

            – Sei lá, se eu soubesse onde eu estava não estava perdido.

Aí ouvi pausado:

            – Vá pra merda!

Guga Coelho Leal – Engenheiro e escritor

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