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Quando ficaram sabendo, no início deste ano, que o Comitê Olímpico Internacional tinha aprovado a criação de uma delegação de atletas refugiados para competir nos Jogos Rio 2016, como divulgamos aqui, Caroline Rebello e Artur Lipori, publicitários de Curitiba que atualmente moram em NY, ficaram fascinados pelo assunto.

Ao investigarem mais um pouco, descobriram que esses atletas não teriam bandeira nem hino próprios, competindo sob a bandeira e hino olímpicos. Foi então que tiveram a ideia de criar uma identidade especial para eles, algo legítimo e que realmente os representasse, a The Refugee Nation.

Mas, apesar de serem aptos profissionalmente para isso, decidiram que era algo que não poderia vir deles, já que não são refugiados e, portanto, não conhecem as dores e histórias desse povo. Resolveram que, para terem um hino e uma bandeira de verdade, outros refugiados deveriam ajudar na criação dessa “nação”.

Foi uma longa pesquisa até encontrarem as pessoas certas. Após lerem muito sobre o assunto, se depararam com a história de Moutaz Arian, um compositor sírio, vivendo como refugiado em Istambul. Ele teve que abandonar a Universidade de Damasco, onde estudava música clássica, e agora passava os dias tocando Beethoven na rua para fazer um dinheiro extra. Na última frase da entrevista de Arian, ele disse que queria fazer música não somente para curdos e árabes, mas para o mundo todo. “Naquele momento tivemos a certeza de que ele era a pessoa certa.”, contou Artur.

O passo seguinte foi encontrar alguém para criar a bandeira. Após alguns e-mails para artistas e designers refugiados, uma das respostas acabou chamando muito a atenção da dupla. Era Yara Said, uma jovem artista refugiada síria, vivendo atualmente em Amsterdã. Ela contou que tinha uma ideia em mente para a bandeira: usar as cores laranja e preta, como forma de prestar uma homenagem aos refugiados que vestem o colete salva-vidas para cruzar o oceano. Novamente, souberam que ela era a pessoa certa.

Um dos momentos mais emocionantes para os dois foi quando entregaram uma bandeira para Yolande Mabika e Popole Misenga, refugiados que irão competir na modalidade de judô, junto a uma mensagem da Yara, explicando o significado da bandeira e toda a homenagem que ela carregava. Yolande foi às lágrimas, enquanto Popole ficou abraçado à bandeira durante todo o tempo que estiveram com eles.

Foi arrepiante. Ali soubemos que realmente tínhamos criado algo forte e significativo para os refugiados. Algo que realmente os representava, contaram.

Agora, Artur conta que o próximo passo do projeto é entrar em contato com o COI, para que a delegação possa utilizar a bandeira e o hino dos refugiados juntamente com os símbolos olímpicos. “Não queremos substituir a bandeira e o hino das Olimpíadas. Queremos entrar juntamente com eles nas cerimônias oficiais e premiações. Queremos somar forças. Queremos ver as bandeiras lado a lado: a bandeira dos jogos e a bandeira criada para representar os refugiados”.

Os publicitários ressaltam que a realização deste projeto só foi possível porque contou com o apoio de muita gente interessada em ajudar a causa, incluindo pessoas da Turquia, Holanda, Síria, Inglaterra, Estados Unidos e Brasil, mas eles contam que ainda precisam fazer muito mais. Uma demanda bastante urgente é produzir bandeiras para distribuir no Rio de Janeiro nos dias em que os refugiados estiverem competindo. Então, se você quer ajudar de alguma maneira, entre em contato com eles através da página do projeto no Facebook.

*Fonte: Hypeness.com

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