AS AVALIAÇÕES ELEITORAIS ESTÃO POR TODOS OS LADOS –

​​A tendência dos meios de comunicação através dos mais diversos programas e mídias sociais é construir avaliações das eleições municipais já programando as eleições presidenciais de 2022, surgindo de certa forma algumas de modo precipitadas e tendenciosas, já revelando posições e lado, neste corolário de disputa radicalizada, em que pese os resultados mostrar uma tendência do eleitorado pela governabilidade e de posições mais centristas.

​​Em primeiro lugar as eleições eram de natureza municipal, com um diferencial da crise sanitária da pandemia de coronavírus, de manutenção do calendário eleitoral na previsão anual e vedação da coligação nas eleições proporcionais. Nos Municípios de pequeno porte e nas cidades metropolitanas de concentração urbana, que nestas, em via de regra, foram decididas no segundo turno as eleições majoritárias.

​​Assim o sentimento de liberdade, de pluralidade, de abertura da sociedade está manifestado na avassaladora vitória eleitoral na cidade do Rio de Janeiro, que o Prefeito eleito no primeiro discurso, falou na diversidade cultural que representa a “Cidade Maravilhosa”, como também, o discurso do Prefeito reeleito de São Paulo, pela cidade multicultural que recebe a imigração interna e externa.

​​Nos Municípios de pequeno porte a eleição é caracterizada pelo que se passou a se chamar de “zeladoria”, a preocupação pela rua calçada ou asfaltada, pelo esgotamento sanitário, o recolhimento do lixo, o serviço d’água, o funcionamento das Escolas e da Saúde, a rede de segurança social, a capacidade dos gestores se articularem para a obtenção de recursos de outros entes federativos, podendo fazer alianças que não é normal no plano nacional e nem nos grandes centros, chegando ao ponto de alianças localizadas entre o PT e o PSL.

​​A resposta se o PT perdeu nestas análises vem na ordem do dia, e se analisar o número de Prefeituras, perdeu, mas, se for analisado o número de votos, o PT conseguiu estancar as suas perdas, até recebendo um número maior. Contudo na cidade de São Paulo o maior centro urbano do país, permitiu o crescimento de Boulos e do PSOL, que por sua vez nacionalmente, não demonstrou um Partido enraizado, com exceção da vitória em Belém do Pará.
​​Os candidatos de Bolsonaro perderam com raríssimas exceções, entretanto o “Bolsonarismo” não está derrotado, pelo contrário, os partidos integrados pelos Republicanos, Podemos, PSL, PSC e Patriotas obtiveram vitórias expressivas em número de votos e Prefeituras conquistadas, portanto, o ano de 2022, não está definido e nenhum Partido virou o patinho feio, que não possa mobilizar e fazer alianças.

​​O Centro cresceu indubitavelmente, sem grandes lideranças de natureza nacional, com exceção do Governador de São Paulo, apontando uma possível aliança do PSDB com os Democratas, e com a possibilidade de agregar outras forças, pela onda da moderação e ponderação que poderá vir, enfatizada pela vitória dos Democratas nos Estados Unidos, que poderá desanuviar o ambiente mundial, contribuindo para as forças centristas.

​​Deste modo, as análises são muito iniciais, devendo render muita discussão e análises os seus resultados, e as conjecturas desprovidas de maturidade, logo serão observadas, na política não há partidos exauridos e extintos, sem capacidade de se remodelar, pois, os dois anos vindouros serão decisivos para os resultados das eleições de 2022, com fatores que serão considerados importantes, tais como a inflação, a retomada da economia com a geração de emprego e oportunidades.

 

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

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