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DUQUE DE CAXIAS –

 No dia 25 de agosto se comemora, em todo o Brasil, o dia do Soldado. Trata-se de uma homenagem a Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, Patrono do Exército Brasileiro. Apelidado de “O Pacificador”, Caxias é considerado a mais gloriosa figura militar do Brasil. Soube dominar revoltosos, vencer os inimigos da Nação e organizar a defesa e disciplina do Império.

A vida de Caxias caracteriza-se pela sua presença em todas as frentes onde a desordem imperasse, onde o Brasil estivesse em perigo, e onde a paz devesse ser alcançada. Sua atuação como Chefe Militar tinha dois objetivos: a vitória pelas armas e a consolidação da paz.

Caxias nasceu no Rio de Janeiro, em 25 de agosto de 1803. Sua carreira militar começou aos cinco anos de idade, quando foi nomeado cadete, seguindo uma tradição familiar de várias gerações. Aos quinze anos, matriculou-se na Real Academia Militar, de onde saiu como tenente, para ingressar numa unidade de elite do Exército do Rei.

Agitavam-se as lutas pela independência. D. Pedro I escolheu-o para ajudante do batalhão do Imperador, encarregado de marchar sobre a Bahia, a fim de repelir as tropas portuguesas, que não queriam aceitar a independência do Brasil.

Veio a Independência e, em 10 de novembro de 1822, coube, então, ao Tenente Luis Alves de Lima e Silva receber, na capela imperial, das mãos do Imperador D.Pedro I, a bandeira do Império, recém-criada.

Promovido a Capitão, dois anos depois Caxias partiu para Montevidéu, então capital da província brasileira Cisplatina, que Dom João VI incorporara ao Brasil e que estava no estado de insurreição. Passou quatro anos nessa campanha, distinguindo-se em muitas proezas de valor. Os insurreptos tinham no Prata um corsário, armado de canhões, que interceptava, com grande prejuízo para os brasileiros, as embarcações que transportavam mantimentos para o exército. Era de vital importância pôr termos àquelas investidas, que punham os brasileiros em sério perigo de lhes faltarem as provisões.  Luis Alves de Lima e Silva, numa noite, à frente de um contingente de soldados, atravessou a galope a linha dos uruguaios e regressou incólume para o seu campo. Por esses atos de valor, foi promovido a major, em 1828.

Em 1833, casou-se com Ana Luiza de Loreto Carneiro Vianna, na época com dezesseis anos de idade. Com ela teria duas filhas, Luisa de Loreto e Ana de Loreto, e um filho, Luís Alves Jr.

Já promovido a tenente-coronel, Caxias rumou à Província do Maranhão para combater os revoltosos do movimento da Balaiada. Tornou-se presidente da Província do Maranhão e comandante geral das forças em operação, num esforço de união civil e militar.

Pelas vitórias, recebeu seu primeiro título de nobreza, o de barão de Caxias, outorgado em 1841. O título faz referência à cidade maranhense de Caxias, palco de batalhas decisivas para a vitória das forças imperiais. Nesse mesmo ano, Caxias foi eleito deputado à Assembleia Legislativa pela Província do Maranhão.

Em 1842, explodiu a revolução liberal em São Paulo e, a seguir, em Minas Gerais, reprimidas com êxito por Caxias. O imperador D. Pedro II, temeroso de que essa revolta viesse se unir à Farroupilha, em curso no Rio Grande do Sul, nomeou Caxias comandante-chefe do Exército em operações e presidente da Província do Rio Grande do Sul. Em 1º. de março de 1845,  foi assinada a paz de Ponche Verde, dando fim à revolta Farroupilha ou guerra dos Farrapos.

Em 1847, o então conde de Caxias tornou-se senador do Império pela Província do Rio Grande do Sul. No plenário do Senado, tornou-se colega de seu pai, o Senador Francisco de Lima e Silva, representante do Rio de Janeiro.

Após um período de relativa calmaria política, Caxias foi nomeado comandante,  chefe das forças no Sul, em 1852, por causa das tensões na fronteira do Rio Grande do Sul. Desempenhou com sucesso uma campanha militar contra os ditadores Rosas, da Argentina, e Oribe, do Uruguai. Nesse mesmo ano, tornou-se marquês de Caxias.

Acometido de uma moléstia hepática, Caxias passou uma temporada cuidando da saúde, mas logo voltou a ocupar posições políticas, primeiro como ministro da Guerra, chefe do Gabinete conservador e depois, já com os liberais no poder, como conselheiro de guerra.

Finalmente, em 1866, o chefe militar reconhecido por sua bravura, seus dotes de estrategista e suas virtudes de pacificador, encarou mais uma vez um grande desafio. A posição brasileira na guerra do Paraguai vivia um momento de crise. Caxias, que já havia atuado como conselheiro no começo da guerra, assumiu o treinamento e a reorganização das tropas. Instituiu o avanço de flancos gerais, o contorno de trincheiras e o uso de balões cativos para espionagem.

Sucedeu-se uma série de batalhas vitoriosas. Finalmente, depois da célebre batalha de Itororó seguiu-se a campanha final, a Dezembrada. Foi sua última vitória. Retornando ao Rio de Janeiro, Caxias recebeu o título de Duque, tornando-se o único brasileiro a merecer esta honraria.

Voltou a participar ativamente da vida política, como conselheiro de Estado, presidente do Conselho e ministro de Guerra, até retirar-se, por motivos de saúde, para a fazenda de Santa Mônica, em 1878, onde morreu.

O Duque de Caxias tornou-se Patrono do Exército Brasileiro, por decreto federal de 1962.

Violante PimentelEscritora

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