CARLOS ALBERTO JOSUÁ COSTA

SER MÃE – 

O poeta Coelho Neto que me perdoe ao discordar quando diz que: “ser mãe é padecer num paraíso”. O conceito que tenho de “paraíso” pressupõe um lugar sem preocupações, onde tudo é perfeito e maravilhoso, no entanto a trajetória de ser mãe é de certo modo diferente.

A partir do momento que a mulher passa a ser mãe, certamente ela vai descobrir que nem tudo é perfeito. Imprevistos e situações nunca antes deparadas transformarão por toda a vida a sua maneira de pensar e agir. Posso até dizer que se assemelha ao casamento quando é dito “formarão um só corpo”. Nunca mais fará uma coisa pensando apenas em si mesma. Somente lá na frente e muito lá na frente e, ainda dependendo do quanto essa relação – mãe, filho – foi construída, reaprenderá a voltar a se preocupar consigo mesma.

A maternidade é abençoada por Deus. Assim toda aquela trabalheira que as mamães enfrentam, vão se compensando com a alegria dos sorrisos que superam o cansaço das noites mal dormidas, da sentinela ao menor dos choros.

Um abraço, um beijo, um carinho inigualável, que somente os “divinos” são capazes, renova toda a energia de uma mãe.

O “padecer” não está definitivamente no ser mãe e sim em manter o filho no caminho que o leve a ser digno de louvar e reconhecer a dedicação de uma mãe.

As preocupações com os filhos apenas mudam de referências: quando novinho, a saúde; quando criança, a inserção na sociedade por meio da escola; quando jovem, o perigo das drogas e das más companhias; quando rapaz, a formação acadêmica; quando adulto, as relações amorosa e trabalhista e, aí, se seguem as demais relações… e consequentemente todas as “novas” preocupações.

Como eu sei disso?

Sempre observei a doação que minha mãe teve comigo e demais filhos e, mil vezes agradecido e cheio de saudades, ainda hoje – com ela no verdadeiro paraíso, corro para os seus braços.

Trinta e cinco anos atrás, quando escrever cartas era um meio comum de comunicação, assim o fiz:

 “Querida mamãe,

Sou pequeno e pequeno é tudo que faço ante a grandiosidade de teu ser, minha querida mãe.

Quisera poder tê-la sempre comigo, mesmo sabendo que isso representa desigualdade para com os outros que também tanto a ama. Sinto no âmago teu afago, teu carinho, teu amor… Lembro até, que quando pequenino, me agasalhavas, me abençoavas e eu dormia em paz.

Minha mãe (oh! Deus, que bom poder dizer “minha mãe”), que este dia e todos os outros, seja para a senhora de felicidades e amor.

Sei querida mãe, que teus anos sempre foram de lutas e desencantos, para poder nos dar da melhor maneira tudo que precisássemos. Sei também que nunca poderemos retribuir tão grande sacrifício pela nossa educação. Mas sei que cada um de nós tem sempre e sempre mais o teu amor. E eu, mamãe, não sei como te agradecer.

Já sou adulto, mas não sei caminhar sem a tua ajuda. Estou sempre dando os primeiros passos e correndo em tua direção. Ao teu lado sinto-me forte e grandioso.

Mas querida mãe, Deus que é Pai e Senhor de todos nós, é grande e por Seu intermédio estamos sempre juntos. Tu e eu, eu e tu seremos sempre um do outro e um pelo outro. Deus te abençoe mamãe, “pois como o pastor busca o seu rebanho, assim buscarei as minhas ovelhas”.

Um abraço de seu filho Beto.”

Ame, ame muito a sua mãe.

Deus utilizou Maria para trazer Seu filho ao mundo.

Deus também fez o mesmo com você!

Carlos Alberto Josuá CostaEngenheiro e Consultor

As opiniões contidas nos artigos são de responsabilidade dos colaboradores

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