ALCIMAR DE ALMEIDA

O AUMENTO DE PREÇO DO PICOLÉ JAPONÊS –

Ao contrário do Brasil que vem experimentando uma inflação anualidade de dois dígitos, o Japão enfrenta uma deflação. Para combatê-la, foi adotada ali uma taxa de juros negativas, em que os bancos pagam para depositar suas disponibilidades no Banco Central.

Até então a taxa de juros era próxima a zero, sendo que desde 1990 a deflação tem sido a raiz de duas décadas de mal- estar econômicos, desencorajando os consumidores japoneses a fazer grandes compras porque esperam que os preços caiam mais.

Em fevereiro passado, o país teve inflação em 12 meses de 0,2 por cento, o que foi um avanço em relação à taxa zero de janeiro. Porém o índice ainda está muito distante da meta do Banco Central que é 2 por cento.

Dentro desse quadro é curioso destacar que uma tradicional empresa de picolés – a Akagi Nyugyo – publicou um vídeo com executivos e funcionários pedindo desculpas pedindo desculpas pelo aumento de 17 por cento no preço do produto.

O preço passou de 60 ienes para 70 ienes, correspondente a um aumento de 2,02 reais para 2,35 reais aproximadamente, constituindo-se na primeira alta em 25 anos. A justificativa foi adequar os preços às mudanças globais do setor, além de recuperar os custos com logística e matérias-primas.

Que inveja tudo isso causa aos brasileiros pelo diminuto e demorado aumento dos preços e, sobretudo, pelo pedido de desculpas dos produtores. Se esta atitude não faz bem ao bolso dos consumidores, ninguém pode deixar de reconhecer o bem que faz à auto-estima.

Alcimar de Almeida Silva, Advogado, Economista, Consultor Fiscal e Tributário.

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