O local, tido como Cemitério do Ingleses, na Redinha, é pouco conhecido pelos natalenses e só agora está sendo realizado um estudo arqueológico para comprovar sua importância histórica. Pouco se sabe sobre o área ou quem foi enterrado lá. Entre as poucas citações literárias estão a do livro do folclorista Câmara Cascudo, intitulado “História da Cidade de Natal” e os relatos no livro de Lauro Pinto. Segundo Cascudo, a estrutura foi implantada na primeira metade do século 19, com o objetivo de enterrar os mortos que não seguissem o catolicismo. Cascudo, inclusive narra uma visita feita ao local em 1935. Naquele ano, os túmulos já haviam sido saqueados por vândalos que procuravam confirmar a lenda de que haviam botijas enterradas na área. Não há informações seguras sobre a implantação do cemitério, mas Cascudo narra que a estrutura continuou sendo usada mesmo após a inauguração do Cemitério do Alecrim, em 1856. Há indícios de sepultamentos na área até meados da década de 90 do século 19.
O Coordenador da pesquisa do Departamentos de História da UFRN, professor Roberto Airon, o estudo sobre a área surgiu a partir de uma solicitação da Promotoria do Meio Ambiente para que o Departamento de História identificasse a área que corresponderia a área do chamado Cemitério dos Ingleses. “Nós encontramos informações escritas dos memorialistas, Lauro Pinto e Câmara Cascudo, que falam sobre a existência do local. Nós partimos dessa informação para fazermos o mapeamento da área e identificar o local exato do cemitério naquela parte da Redinha”.
Antigamente os mortos eram enterrados dentro das igrejas, se fossem ricos, e os pobres nos arredores. Acreditava-se que quem fosse enterrado no solo sagrado iria para o paraíso. Contudo, apenas os católicos eram enterrados nas igrejas, e na época muitos estrangeiros chegavam na cidade, principalmente marinheiros ingleses e suíços. Esses marinheiro não seguiam a religião católica e alguns morriam em solo brasileiro. Foi determinado um local para enterrar esses estrangeiros, denominado Cemitério dos Ingleses.