A POSTURA PRESIDENCIAL E GOVERNAMENTAL VAI LEVANDO AO ISOLAMENTO DO PAÍS –

​​​Em artigos anteriores no espaço do blog Ponto de Vista venho colocando com preocupação sobre a postura política do Governo e os reflexos sobre a economia do país em face das exportações, uma vez que, tradicionalmente o Brasil se tornou exportador de bens primários, principalmente minerais e produtos da agricultura e pecuária, fortalecendo o agronegócio e o assalariamento rural.

​​​Os mercados americanos e europeus de maior poder aquisitivo, sempre foi alvo de qualquer país exportador, que zelam por produtos bem acabados e principalmente, que estejam observando na produção a preservação da natureza e relações de inclusão social, exigindo posturas que contemplam na cadeia produtiva certificações de agências expressadas nas embalagens dos produtos.

Uma das problemáticas tem sido o trato com a relação empregatícia na diminuição dos direitos dos trabalhadores, utilizando campanhas que não contemplavam com a verdade, chegando ao cúmulo de dizer que a Justiça do Trabalho era uma “jabuticaba brasileira” para justificar a extinção da mesma, pois tem sido um bastião das garantias dos direitos trabalhistas, inundadas com demandas de direitos elementares dispostos nas garantias fundamentais na Constituição da República.

​​​A reforma trabalhista tem resultado no trabalho informal e no sucateamento das relações de trabalho, e desarticulação das políticas, com volta e meia nas mídias sociais surgindo denúncias de trabalho análogo ao escravo, com total desarticulação do Ministério do Trabalho incorporado ao Ministério da Economia, contribuindo para um mal estar internacional com o Brasil, podendo afetar as relações comerciais, que garantem riquezas e empregabilidade, mesmo a custo de baixos salários.

A postura com as comunidades tradicionais, afrodescendentes e indígenas, a liberação do emprego de agrotóxicos em demasia desde o Governo Temer, atingindo a qualidade dos produtos brasileiros e o sistema agroecológico, o desmatamento e o desleixo com a Amazônia, vem isolando o país e afastando os investimentos de natureza internacionais desde os oficiais e de agências do terceiro setor.

​​​O tratamento equivocado com os direitos humanos, o aumento da pobreza e das fraturas do tecido social, escancara as mazelas sociais, desde a falta de condições mínimas, tais como: saneamento e com dados sobre esgotamento sanitário e a coleta e depósito de lixo inadequado, que atinge o meio ambiente, as moradias insalubres, com favelas e mocambos, o crime organizado, o analfabetismo, de fato em longo prazo vai afetar o turismo receptivo.
​​​Os equívocos das relações exteriores, com o alinhamento incondicional aos Estados Unidos, o tratamento dispensado ao Presidente da França em relação a sua esposa revelando um forte preconceito, os ataques à China, um dos maiores parceiros comerciais na atualidade, obtido de um esforço de multilariedade de diversos governos e da política de autodeterminação dos povos forma um panorama contrário ao país.

Finalmente, a crise sanitária com o Brasil chegando à casa de oitenta mil mortes provocada pelo coronavírus, a postura governamental, vai levando a um verdadeiro genocídio, os desentendimentos dos entes estatais, e a denúncia do Presidente ao Tribunal Internacional, vem contribuindo para um caldo de cultura contra o país com consequências que poderão ser duras, podendo aumentar a crise econômica e as relações humanas e de Estado.

 

 

 

Evandro de Oliveira Borges – Advogado

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